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Em evento da Rede Comuá, Fundo Baobá, Fundo Brasil e Fundo Casa Socioambiental mostram como criaram novo modo de praticar a colaboração no campo da filantropia

O Fundo Baobá para Equidade Racial, o Fundo Brasil de Direitos Humanos e o Fundo Casa Socioambiental criaram um novo modo de praticar a colaboração no campo da filantropia no Brasil. Além da governança em colaboração que preserva a especificidade de cada Fundo, a proposta é inovadora ao apostar na resposta comunitária e na distribuição conjunta de recursos para grupos mais vulneráveis e invisibiliazados.

A iniciativa nomeada como Aliança entre Fundos reúne os três fundos de filantropia para a justiça social. O grupo, que completou um ano no final de agosto, organizou a mesa “Filantropia colaborativa: desafios e perspectivas no campo da filantropia para a justiça social”, durante o evento que celebrou, recentemente, os 10 anos da Rede de Filantropia para a Justiça Social. O encontro aconteceu em São Paulo sob o comando geral da Rede Comuá.

Segundo a diretora executiva do Fundo Casa Socioambiental e uma das idealizadoras da Aliança entre Fundos, Cristina Orpheo, o novo modo de praticar a colaboração na filantropia tem permitido a construção de novos arranjos para garantir o protagonismo e a injeção de recursos nos territórios que necessitam de apoio.

 “A pandemia da COVID-19 colocou os Fundos numa mesma régua pois fomos os primeiros apoios financeiro para as comunidades mais vulneráveis. A Aliança entre Fundos nasceu da aprendizagem em compartilhar o que havia sido feito nos editais emergenciais. Em aliança, conseguimos dar um passo a mais para o que era emergencial e comunitário diante das demandas agravadas pela pandemia nos territórios quilombolas e indígenas”, informou Cristina

Outra idealizadora da Aliança entre Fundos e diretora do Fundo Baobá para Equidade Racial, Fernanda Lopes, lembrou que a iniciativa propõe uma prática de colaboração inclusiva dos grupos mais vulneráveis. A proposta implementada pelos três fundos reposiciona as ações de filantropia com foco na garantira dos direitos das populações mais vulneráveis. “Queremos convidar o campo da filantropia a agir e estimular intervenções que, de fato, tenham como foco as causas das desigualdades sociais. Para nós, o desafio é aplicar a filantropia como meio de transformação social”, ressaltou Fernanda.

A confiança mútua entre os Fundos e os grupos que constroem a resposta comunitária é um dos pilares do projeto da Aliança entre Fundos. Para os três fundos, as soluções são criadas a partir das vivências experimentadas nos territórios e, portanto, são as comunidades que devem assumir o poder de decisão.

“O exercício da colaboração no contexto da Aliança entre Fundos tem demonstrado que o acesso ao recurso financeiro é necessário, mas não é o suficiente. É preciso garantir o protagonismo local na construção da resposta comunitária”, afirmou Juliane Yamakawa, do Fundo Brasil de Direitos Humanos. Com o objetivo de materializar a importância do protagonismo das lideranças quilombolas e indígenas, foi exibido ao final da mesa, um vídeo com depoimentos de três lideranças dos projetos contemplados nos editais lançados por cada Fundo. Também participaram da mesa organizada pela Aliança entre Fundos, Fernanda Meister, do Instituto Meraki, uma das instituições apoiadoras da iniciativa, e Érika Sanches (ACP), que comandou a mediação.